Restaurantes e Alojamentos Turísticos com salários em atraso
Passou um ano desde o início da pandemia COVID-19 em Portugal, e as empresas da restauração, similares e do alojamento turístico, das mais relevantes na criação de riqueza para a economia nacional, atravessam o seu período mais crítico.
“É urgente que novos apoios cheguem às empresas, de forma ampla e imediata.”
As conclusões do inquérito da AHRESP do mês de fevereiro, que contou com 964 respostas válidas, apresentam os seguintes resultados:
- Restauração e Similares:
- – 52% das empresas indicam estar com a atividade totalmente encerrada;
- – 34% das empresas ponderam avançar para insolvência, dado que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar todos os encargos que decorrem do normal funcionamento da sua atividade;
- – Para as empresas inquiridas, a quebra de faturação do mês de fevereiro foi avassaladora: 83% das empresas registaram perdas acima dos 60%;
- – Como consequência da forte redução de faturação, 18% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em fevereiro e 14% só o fez parcialmente;
- – Perante esta realidade, 38% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 19% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. 11% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do mês de março;
- Alojamento Turístico:
- – 27% das empresas indicam estar com a atividade suspensa;
- – Em fevereiro, 56% não registou qualquer ocupação, e 27% indicou uma ocupação até 10%. Para o mês de março, 53% das empresas estimam uma taxa de ocupação zero, e 24% das empresas perspetivam uma ocupação máxima de 10%;
- – 16% das empresas ponderam avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua atividade;
- – Para as empresas inquiridas, a quebra de faturação do mês de fevereiro foi devastadora: 57% das empresas registaram perdas acima dos 90%;
- – Como consequência da forte redução de faturação, 32% das empresas não conseguiram efetuar pagamento de salários em fevereiro e 8% só o fez parcialmente;
- – Ao nível do emprego, 30% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 36% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. 5% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do mês de março;
Os números do inquérito de fevereiro mostram, uma vez mais, que é absolutamente necessário que os apoios financeiros cheguem de forma urgente às empresas.
Finalmente, a AHRESP considera não menos relevante a necessidade de se conhecer, com urgência, as condições que serão apresentadas no Plano de Desconfinamento, permitindo às empresas a organização e preparação atempada da retoma das suas atividades, em completa segurança.