Castro Almeida anuncia 2.100 milhões para 37 mil empresas em crédito para exportação
O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, anunciou que 37 mil empresas vão receber esta semana notificações de pré-aprovações de crédito para exportação, representando já um
montante na ordem dos 2.100 milhões de euros.
Castro Almeida avançou com este dado na parte final do primeiro de dois dias do debate do Programa do Governo na Assembleia da República, depois de ter sido questionado pelo deputado social-democrata Miguel Santos sobre a meta do executivo de Portugal atingir 55% do Produto Interno Bruto (PIB) em exportações.
O ministro da Economia e da Coesão Territorial, na sua resposta, começou por considerar fundamental a aposta nas exportações e adiantou que, nesse sentido, o Governo, através do Banco Português de Fomento, terá um plano “mais ambicioso”.
De acordo com o membro do executivo, face à incerteza das políticas tarifárias norte-americanas, “vai ser preciso encontrar para as empresas nacionais outros locais para exportar”, embora “outros locais apresentem também mais risco e mais incerteza”.
Castro Almeida referiu então que um empresário vai querer fazer seguro de crédito à exportação para novos clientes, sendo por isso necessário reforçar a componente do apoio e da garantia do Estado para esse seguro de crédito à exportação.
“O Banco de Fomento será fundamental para isso e também para criar mais linhas de crédito à exportação. Esta semana mesmo 37 mil pequenas e médias empresas vão receber uma carta com pré-aprovações de crédito para exportação”, declarou.
Para o membro do Governo, esta “é uma forma diferente de trabalhar e que vai permitir mobilizar desde já 2.100 milhões de euros e, em breve, mais 1.400 milhões de euros para a internacionalização das empresas”.
Chegar a ter um peso de exportações a valerem metade do produto interno bruto (PIB) tem sido um dos objetivos sucessivamente apontados pelos últimos governos, mas nunca o país atingiu essa barreira Apenas em 2022 esteve colado a esta meta e agora o novo Governo quer chegar aos 55% até 2029, ou seja, quando termina a atual legislatura.
Para tal, o novo superministério da Economia e Coesão Territorial, liderado por Manuel Castro Almeida, sinaliza algumas ideias como a “expansão” e “dinamização” da rede externa da AICEP ou a “promoção” das empresas nacionais em novos mercados.
Apesar de a meta de pelo menos 50% de vendas ao exterior ter sido indicada como grande objetivo sobretudo depois da intervenção da troika, nunca o país conseguiu atingi-la, apenas em 2022 se aproximou desta cifra, com 49,5%, mas tal deveu-se à elevada taxa de inflação registada em praticamente todo o mundo e, com especial incidência, nos principais países clientes de Portugal.
Nos dois anos seguintes, em 2023 e 2024, o valor recuou, ficando no ano passado nos 46,5%. Ou seja, para atingir a meta agora traçada pelo Governo, em quatro anos as exportações de bens e serviços teriam de acelerar 8,5 pontos percentuais o que seria um ritmo significativo.